Sonhei que queria ir de Sul para Norte.
Desenharam-me um estrada sem subidas, sem curvas, sem trânsito.
Directa ao meu destino.
Peguei numa borracha, apaguei parte da estrada e com um pedaço de carvão desenhei uma saída.
A saída levou-me às montanhas, levou-me ao frio, à escassez de oxigénio.
Do alto da montanha desenhei um escorrega e desci até ao rio.
Mergulhei e entrei numa gruta de onde desci ao centro da terra e senti o seu calor.
Saí cuspido de um vulcão e mergulhei no mar.
Lá conheci um polvo de 12 tentáculos e muitas estórias para contar.
Fui parar a uma praia de crianças onde brinquei até adormecer.
Acordei na floresta onde pedi boleia a um elefante infantil que me levou a passear.
Deixou-me junto a uma porta feita de lenços a esvoaçar.
Respirei fundo, entrei e cheguei a Norte.
Cheguei anos atrasado, olhei para Céu, coloquei a mão no bolso e senti... a borracha e o carvão. Nessa altura sorri...
foto: kinderschar
Post publicado a 6/11/2006 no CML
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